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Famalicão terá "primeira empresa no mundo" a fazer luvas descartáveis "100% seguras"

Diário de Noticias

Vila Nova de Famalicão vai ter a "primeira empresa no mundo" a produzir luvas de exame descartáveis por um processo de fabrico "inovador e diferenciador", capaz de oferecer um produto "100% seguro", disse à Lusa o responsável pelo projeto.

"As luvas descartáveis são, atualmente, todas produzidas na Ásia. Detetamos essa lacuna na Europa, quisemos aproveitar mas sabíamos que tínhamos também que introduzir ao produto um fator de inovação, diferenciador e foi o que fizemos. Desenvolvemos as primeiras luvas descartáveis para exames feitas e embaladas de uma forma que oferece 100% de segurança para os utilizadores", explicou assim a génese do projeto o presidente do conselho de administração da Raclac S.A, Pedro Costa.

A produção do novo produto já está a ser feita através de uma "linha piloto" nas instalações da Raclac, empresa especializada na conceção, fabrico e comercialização de produtos descartáveis para a área da saúde, indústria e estética, estando a ser construída uma unidade fabril de raiz para o novo produto, cuja produção "numa primeira fase" vai criar 60 postos de mão-de-obra especializada.

"O produto foi validado numa linha-piloto, estamos já a avançar com a criação de uma linha de produção para passarmos à escala industrial, mas temos em vista mais duas linhas e mais três fábricas", adiantou Pedro Costa.

As novas luvas, que estarão "prontas a comercializar em abril de 2019", diferenciam-se da atual oferta "em tudo", desde a produção ao embalamento.

"O que nos vai diferenciar são as garantias de segurança e a homogeneidade da luva. Ou seja, o nosso sistema permite que toda a luva tenha segurança, em todos os pontos. Atualmente, por exemplo, as luvas que existem são frágeis entre os dedos, as nossas são homogéneas", apontou o responsável.

A segurança do produto, explicou, "é garantida pelo processo de fabrico, 100% mecanizado, e pela primeira vez no mundo em 'clean room', ambiente controlado, tal como o 'packing' [embalamento]".

"Não podíamos estar a fazer o produto em ambiente controlado e depois embalar as luvas numa embalagem normal. Portanto, a nossa forma de 'packing' é também ela diferenciadora e garante a segurança do produto. Depois há a forma como a luva é desembalada, pelos punhos, e não como as atuais que é por qualquer lado. Não há contacto com os dedos da luva, o que dá mais uma garantia se segurança", explanou.

As luvas da empresa famalicense vão também distinguir-se, garantiu Pedro Costa, pela fiscalização do produto: "Desde logo 100% das luvas fabricadas são 100% das luvas fiscalizadas. Neste momento, onde elas são fabricadas, na Ásia, é por amostras, aqui cada luva fabricada é testada, fiscalizada e só isso dá a garantia de 100% de segurança", realçou.

Este novo projeto da Raclac, que foi "maturado ao longo de três anos", representa um investimento de cerca de 20 milhões de euros e terá apoio do Portugal 2020.

Com um volume de faturação que em 2017 ascendeu os 10,5 milhões de euros, a Raclac, S.A. mantém uma taxa de crescimento anual na ordem dos 30%.

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